Questões visam auxiliar municípios a traçar plano futuro de retomada das atividades. Terceira etapa do estudo será realizado neste fim de semana
Com duas etapas já realizadas e ainda outras duas por serem feitas, a pesquisa que visa mensurar a soroprevalência do novo coronavírus no Vale do Rio Pardo vem também apresentando uma análise detalhada do cenário da pandemia na região.
Embora apresente o avanço da Covid-19 a partir dos resultados dos testes rápidos na população, os questionamentos levantados pelos coletadores aos entrevistados também vem permitindo que a equipe técnica verifique uma série de informações relacionadas aos impactos econômicos, sociais e culturais que a doença tem causado.
“Todos os entrevistados respondem um questionário que nos ajuda a criar um conjunto de informações que serão úteis, posteriormente, na direção de pensarmos planos de retomada, bem como os efeitos da pandemia no que se refere à renda, aos empregos que foram perdidos, dentre outros quesitos”, comentou Camilo Darsie, que é doutor em Educação e possui pós-doutorado em Saúde Coletiva, professor da Unisc e integrante da equipe técnica da pesquisa.
Encomendado pelo Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo e realizado pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), o estudo tem levantado dados que auxiliam a criar um perfil dos municípios da região, o que pode oportunizar uma retomada mais rápida das atividades. “O desenvolvimento da pandemia é imprevisível. No entanto, quanto maiores as informações, melhores serão as chances de restabelecer dinâmicas que foram prejudicadas. Nessa direção a pesquisa é muito positiva, pois nos mostra como podemos reverter e transformar esses impactos em oportunidades no futuro”, ressaltou Darsie.
Dentre os itens expostos no questionário que permitem a análise socioeconômica, está a perda ou não do emprego pelos entrevistados; se tiveram o contrato suspenso ou redução da carga horária; qual o salário mensal; se utilizam máscara; se conseguiram fazer o distanciamento social; e para quais atividades saem à rua.
“A pesquisa está trazendo dados sociais de extrema relevância e que precisam ser explorados, além dos relacionados à saúde, sobretudo sobre o comportamento dos entrevistados para que se possa entender o impacto da pandemia em suas vidas e como isso pode ser trabalhado”, destacou Ana Paula Helfer Schneider, doutora em Saúde Coletiva e professora da Unisc, também integrante da equipe técnica da pesquisa.
A segunda etapa, realizada entre os dias entre 15 e 18 de agosto, apontou que 5,3% dos entrevistados relataram que pelo menos um morador de seu domicílio perdeu o emprego devido à pandemia. 18,8% tiveram a suspensão do contrato ou redução da jornada de trabalho. E 65,1% dos entrevistados recebem menos de três salários mínimos.
“No último levantamento, também percebemos que 61,5% dos entrevistados relataram fazer o distanciamento social, com grande vantagem para as mulheres. 97,2% utilizam a máscara quando fazem alguma atividade externa e 62% afirmaram sair apenas para as necessidades essenciais. Todo esse detalhamento vai permitir que os municípios possam traçar um plano de recuperação de renda e trabalho para essas pessoas”, complementou Ana Paula.
Para a enfermeira e diretora executiva do Cisvale, Lea Vargas, os gestores dos municípios terão acesso a informações técnicas, precisas e de qualidade com o objetivo de criar novas políticas públicas que auxiliem as comunidades nos próximos meses e no pós-pandemia. “O nosso trabalho no enfrentamento da Covid-19 tem sido pautado desde a chegada do vírus em dados científicos, e conhecer a realidade da região é de extrema importância para a tomada de decisões”, concluiu Lea.
Confira os resultados da segunda etapa da pesquisa:
Total de testes e questionários aplicados: 1063
Testes com anticorpos presentes (IgM e/ou IgG): 23
– 61,5% dos entrevistados conseguem fazer o distanciamento social (64% entre as mulheres e 36% entre os homens)
– 97,2% utilizam máscara ao sair de casa
– 62% saem apenas para atividades essenciais
– 5,3% tiveram algum morador do domicílio que perdeu emprego
– 18,8% relataram suspensão do contrato ou redução da jornada de trabalho
– 65,1% dos entrevistados recebem menos de 3 salários mínimos
– 5,6% procuraram atendimento médico nos últimos 30 dias por suspeita de Covid-19
– 50% dos entrevistados com resultado positivo relataram pelo menos 1 sintoma (coriza, dor de cabeça, tosse e dor no corpo foram os mais citados).
Terceira etapa neste final de semana
A pesquisa COVID-VRP conta com apoio da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) e da Philip Morris Brasil. O estudo transversal busca apresentar uma amostra representativa da população da região. Ao todo, serão quatro etapas de testes. As coletas ocorrem sempre aos finais de semana, a partir das 8 horas. A próxima será realizada neste sábado e domingo, dias 29 e 30 de agosto, nos 14 municípios de abrangência do Cisvale: Boqueirão do Leão, Candelária, Gramado Xavier, Herveiras, Mato Leitão, Pantano Grande, Passo do Sobrado, Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Sinimbu, Vale do Sol, Vale Verde, Venâncio Aires e Vera Cruz.
Por Tiago Rech
Assessoria de Comunicação da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo
Assessoria de Comunicação da Administração Municipal
Gabinete do Prefeito Municipal de Passo do Sobrado (RS).
Fonte: Consórcio Intermunicipal do Vale do Rio Pardo (CISVALE)